CFESS reúne representações externas para debate sobre os espaços de controle social
Data de publicação: 6 de outubro de 2025
Fotos: Rafael Werkema
Créditos: Isabel Andrade / Estagiária sob supervisão
No último sábado (27/9), o CFESS promoveu um encontro com as representações externas em conselhos e fóruns de defesa de direitos e de políticas sociais em Brasília (DF). A ideia foi avaliar o cenário político atual, mapear os espaços de participação social e debater estratégias para fortalecer a inserção do Serviço Social, apontando desafios para o próximo ano.
O encontro reuniu cerca de 27 pessoas durante todo o dia. Pelo CFESS, participaram as conselheiras Alana Rodrigues, Karen Albini, Emilly Marques, Mirla Cisne, Iara Fraga, Adriana Dutra, Angelita Rangel, Kelly Melatti, Elaine Amazonas, os conselheiros Tales Fornazier e Agnaldo Knevitz, e as assessoras Erika Medeiros (Jurídico) e Meyrieli Carvalho (Serviço Social).
Análise de conjuntura e desafios atuais
A conselheira do CFESS Mirla Cisne abriu o encontro com uma análise de conjuntura e reforçando a data de luta do dia 28/9 (Dia Latino-Americano e Caribenho pela Descriminalização e Legalização do Aborto). Ela também presentou o vídeo “Criança não é mãe”, demarcando a luta contra a violência sexual e em defesa dos direitos de meninas e adolescentes, assim como citou a defesa da Resolução nº 258/2024 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), que estabelece protocolo específico para atendimento de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual, incluindo a garantia da interrupção legal da gravidez quando decorrente de estupro.
O grupo discutiu temas como a fragmentação das pautas sociais, o identitarismo e a necessidade de unidade de classe, gênero e raça na atuação profissional.
Durante o debate, um dos pontos de destaque foi a importância de reconhecer privilégios, fortalecer a solidariedade de classe e enfrentar o avanço do conservadorismo na sociedade e na profissão.
Mapeamento e estratégias de representação
A conselheira Alana Rodrigues apresentou um mapeamento dos espaços de controle e participação social junto aos CRESS. Ela analisou também a importância de ampliar a presença da categoria em conselhos e fóruns e de produzir materiais que orientem assistentes sociais sobre a incidência política em espaços de representação. Também foram debatidos os desafios da comunicação como ferramenta de unidade de classe e união de pautas coletivas.
Atuação em diferentes espaços
O CFESS destacou sua presença em diversos espaços fundamentais, como o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), o Fórum Nacional de Trabalhadoras e Trabalhadores do SUAS (FNTSUAS), o Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), o Conselho Nacional de Saúde (CNS) e o Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ (CNLGBTQIA+), Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA), dentre outros. Entre os temas tratados estavam a desinformação, as políticas públicas de assistência social, os direitos de crianças e adolescentes, as políticas para pessoas LGBTQIA+, saúde, educação e combate à violência institucional.
Entre os desafios mencionados, o grupo ressaltou a necessidade de fortalecer a participação social, enfrentar a fragmentação das pautas e garantir a representatividade da categoria em processos decisórios, inclusive no contexto eleitoral do Conjunto CFESS-CRESS, que ocorrerá em 2026.
Segundo a assistente social Elaine Pelaez, que representa o CFESS no Conselho Nacional de Saúde (CNS), a reunião foi importante para o aprofundamento de debates e diálogos sobre a conjuntura das políticas públicas com as quais a categoria trabalha e os desafios para ecoar as bandeiras de lutas e as demandas da população e de cada assistente social.
“Representar o CFESS é fazer jus à história de lutas do Conjunto em campanhas como ‘O Amor fala todas as línguas’ e ‘Assistentes sociais no combate ao racismo’, além de tantas outras. É colocar em prática as resoluções do CFESS sobre a luta anticapacitista e as condições éticas e técnicas de trabalho. E, assim, pensar o presente e reafirmar que nossas vozes ecoam vida-liberdade na defesa da democracia, da qualidade dos serviços prestados à população, das condições de trabalho de assistentes sociais e de uma vida bela, com direitos e alegrias”, avalia Pelaez.