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Assistentes sociais: uma atuação profissional antirracista


Data de publicação: 25 de julho de 2025
Fotos: Rafael Werkema/CFESS
Créditos: Diogo Adjuto/CFESS

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A data de 25 de julho marca o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, e Dia Nacional de Tereza de Benguela, líder quilombola símbolo da resistência no período escravista brasileiro. A data está presente na agenda de lutas da categoria e o combate ao racismo e às opressões de gênero é princípio do Código de Ética do(a) Assistente Social.   
 
Como já é de conhecimento da categoria, dados da Pesquisa sobre o Perfil Profissional mostram que mulheres são maioria na profissão (92,92%). Além disso, metade das profissionais é formada por mulheres negras (50,34%). Estas são também a maior parcela da população atendida pelo trabalho profissional da categoria nas políticas sociais.   

No entanto, os dados oficiais da 19ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025, organizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostraram que o Brasil registrou, em 2024, o maior valor da série histórica de casos de estupro, totalizando 87.545 casos. Com média de um crime de estupro a cada seis minutos, a maioria das vítimas eram mulheres (87,7%) e negras (55,6%).  

O Anuário destaca, porém, que a informação de raça está ausente em 30,7% dos boletins de ocorrência registrados, o que sugere que a proporção de vítimas negras possa ser ainda maior. 

Outro dado atual de um levantamento realizado pela Oxfam Brasil revelou que a população negra e pobre, sobretudo as mulheres, paga cerca de três vezes mais impostos do que os super-ricos.   
 
Diante dessa triste realidade, o CFESS mais uma vez marca este 25 de julho com o compromisso ético-político do Serviço Social contra qualquer forma de discriminação, opressão, desigualdade e injustiça, conforme aponta o Código de Ética profissional. Mais do que nunca, assistentes sociais, em seus locais de trabalho, com os movimentos sociais e em todos os espaços que ocupam, devem dar visibilidade e fortalecer as ações coletivas antirracistas e antipatriarcais para a sociedade.  

A conselheira do CFESS Iara Fraga, que coordena o Comitê Antirracista do Conselho Federal, destaca a importância desta data para rememorar os séculos de luta das mulheres negras das Américas em busca da liberdade. Segundo ela, mulheres negras do campo, das águas e das florestas, assim como Tereza de Benguela, permanecem lutando para permanecerem em seus territórios ancestrais frente aos megaprojetos do capital. “Mulheres negras trans, catadoras de materiais recicláveis, trabalhadoras domésticas - todas se juntam em marcha para denunciar o racismo e o patriarcado que são pesadas correntes nos seus cotidianos. Para nós, assistentes sociais negras e não negras, fortalecer as diversas organizações políticas e lutas dessas mulheres, é materializar o projeto ético-político profissional”, enfatiza a conselheira. 
 
Marcha das Mulheres Negras 2025 

No dia 25 de novembro de 2025, haverá em Brasília (DF) a 2ª Marcha das Mulheres Negras por Reparação e Bem Viver, 10 anos após a primeira, organizada por mulheres negras periféricas, quilombolas, de terreiro e tantas outras, em busca da de uma vida digna com justiça social.   

A marcha é uma continuação do movimento iniciado em 2015, que reuniu mais de 100 mil mulheres negras em uma manifestação histórica “contra o racismo, a violência e em defesa do Bem Viver”.   

A Marcha das Mulheres por Reparação e Bem Viver está sendo articulada em todos os 27 estados do país por meio de Comitês Impulsores Estaduais, Municipais e Regionais, mobilizados por mulheres negras, sejam elas integrantes de organizações, grupos comunitários ou ativistas independentes. 
 
Clique aqui e acesse o site oficial da Marcha  
 


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