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"Somos todos/as Pinheirinho!"


Data de publicação: 3 de fevereiro de 2012



Segundo relatos, crianças, mulheres e idosos/as foram atingidos/as por balas de borracha e bombas de efeito moral (foto retirada da Carta Capital


Foi um verdadeiro massacre. Este é o relato dos/as moradores/as da ocupação Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), sobre a truculenta ação da Polícia Militar de São Paulo de reintegração de posse do terreno, realizada em 22 de janeiro.

A chamada "grande imprensa", ou seja, os principais jornais, rádios, revistas e emissoras, foi impedida de acompanhar de perto a ação da PM ordenada pelo Governo do Estado. E parecia estar pouco interessada e fazer uma cobertura jornalística digna, porque poucos foram os veículos que reclamaram dessa proibição.

Enquanto se via na "grande imprensa" uma ou outra imagem da desocupação, sempre no sentido de criminalizar a população da região e legitimar a violenta ação policial, trabalhadores/as eram expulsos de suas casas sob ferro e fogo oficial. Tal violência só veio a público, em tempo real, por meio das mídias sociais e meios de comunicação alternativos.

No decorrer da ação de despejo, moradores/as, militantes do movimento de trabalhadores/as sem teto (MTST) e jornalistas que furaram o bloqueio policial, por meio das redes sociais e blogs, postavam fotos e textos do massacre que ocorria em Pinheirinho, como mostrou o site Diário Liberdade.

Para se ter uma ideia, um dia depois da ação, já estava disponível no YouTube o vídeo "O massacre de Pinheirinho: a verdade não mora ao lado", realizado pelo Coletivo de Comunicadores Populares, revelando os momentos de tensão e violência vividos por mulheres, crianças, idosos/as durante a desocupação do terreno.

Pelo Facebook, por exemplo, assistentes sociais relataram, em tempo real, os abusos dos policiais o desrespeito do Governo de São Paulo com a população da região. "Acabei de chegar (de Pinheirinho) e fica a sensação de indignação! Quanta violência e desrespeito!", publicou um assistente social.

E nos dias seguintes, vídeos e matérias se espalharam pela internet trazendo novos dados sobre a tragédia ocorrida no dia 22 de janeiro em São José dos Campos, como as matérias veiculadas no Correio da Cidadania, na Carta Capital, no Amálgama, e blog Solidariedade Pinheirinho.


Dor e desespero das famílias expulsas de casa (foto retirada do Diário Liberdade)

No último dia 1º de fevereiro, foram publicados vídeos de uma audiência pública realizada na Assembleia Legislativa de São Paulo, em que moradores/as denunciam não só a covardia e o abuso policial, mas também as condições precárias dos abrigos da prefeitura. O destaque vai para o vídeo em que o defensor público de São José dos Campos, Jairo Salvador, explica porque a ação de remoção no Pinheirinho não poderia ter acontecido, fato ignorado por diversos meios de comunicação.

"O que assistimos foi mais uma ação policialesca violenta, cada dia mais recorrente no país, que discrimina, tortura e criminaliza os/as trabalhadores/as. Uma ação com o claro intuito de defender os interesses do capital especulativo, especialmente o imobiliário, na região central da capital paulista. Por isso, reafirmamos o comprometimento com a luta pelo direito à moradia e à cidade, por meio das ações do Conjunto CFESS-CRESS, e reivindicamos a moradia digna e de qualidade para todos/as, bem como o respeito e o fortalecimento dos direitos humanos a todo/a cidadão/ã", defende a presidente do CFESS, Sâmya Rodrigues Ramos.

Sâmya também destacou a importância dar visibilidade para as denúncias dos movimentos sociais contra ações como a ocorrida em Pinheirinho. "Temos que continuar repercutindo essas denúncias, para que a categoria participe cada vez desse debate sobre o direito à moradia", completa.

A presidente reforçou ainda a importância da leitura da Carta Aberta aos/às Assistentes Sociais, elaborada pelo CRESS-SP, na qual se posicionam e orientam os/as profissionais quanto à forma de enfrentar as situações de desalojamento compulsório de famílias, baseando-se, para tal, nos princípios do Código de Ética Profissional e nos "Princípios Básicos e Orientações para casos de ameaça de despejos", elaborado pela Relatoria Especial para Moradia Adequada da Organização das Nações Unidas (ONU). 

(com informações de Amálgama)


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