MST ACAMPA EM BRASÍLIA
Data de publicação: 11 de agosto de 2009
Nesta terça-feira, 11 de agosto, aproximadamente 2 mil trabalhadores e trabalhadoras do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) ocuparam a entrada principal do Ministério da Fazenda, em Brasília. Em São Paulo, Roraima, Pernambuco, Mato Grosso do Sul e Pará estão acontecendo grandes marchas do interior até as capitais dos Estados.
É a Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária, que tem como base um grande acampamento no entorno do Estádio Mané Garrincha, na capital federal. Cerca de 3 mil pessoas, de 24 Estados diferentes, ligadas ao MST e movimentos da Via Campesina, já estão na cidade.
O acampamento deve permanecer até o dia 21 de agosto. Ao longo desse período a luta por Reforma Agrária será mais intensa e o governo será pressionado a promover o assentamento de cerca de 150 mil famílias que estão acampadas por todo país, algumas há mais de quinze anos.
CFESS apóia o movimento pela reforma agrária
No dia 5 de agosto o CFESS participou do Ato de Lançamento do Acampamento pela Reforma Agrária, com a representação da Conselheira Neile d´Oran, no Centro Cultural Brasília.
Neile afirma que "o CFESS se solidariza com a reivindicação do MST, em coerência com a direção ético-política da profissão, portanto, com os princípios fundamentais do Código de Ética do Assistente Social, entre estes, o "reconhecimento da liberdade como valor ético central", a "defesa do aprofundamento da democracia" e o "posicionamento em favor da equidade e justiça social", e, ainda, com a defesa da "socialização da riqueza para combater a desigualdade", tema de sua atual gestão".
Ainda segundo a conselheira Neile, a pressão que o MST vem desencadeando, junto ao executivo, para efetivar a reforma agrária, por meio dos acampamentos, a fim de garantir o direito à terra e, portanto, à sobrevivência digna, de todos (as) os (as) trabalhadores (as) rurais brasileiros (as), visa, também, "construir uma nova sociabilidade humana, em que a exploração e a miséria sejam eliminadas, criando-se uma nova sociedade, justa e democrática".
Diálogo com a sociedade
Além de reivindicações ao governo, os movimentos disseram que vão dialogar com a sociedade. "Em um país onde o Judiciário e a mídia criminalizam os movimentos sociais e o governo corta 48% do orçamento da reforma agrária, resta debater com a sociedade e intensificar a luta", disse Izabel Grein, da Coordenação Nacional e uma das fundadoras do MST.
Marina dos Santos, da Direção Nacional do MST, disse que "o governo tem poucos meses (já que em 2010 a atenção estará voltada para campanha política) para cumprir o compromisso que tem com a reforma agrária no país".
Marina dos Santos, da Direção Nacional do MST
Oportunidade histórica
Este ano o MST completa 25 anos, e embora a luta pela terra e pela reforma agrária seja anterior à existência do próprio movimento, suas lideranças acreditam que esta é a melhor oportunidade para concretizar a reforma agrária: "Em 500 anos o Brasil teve diversos momentos para fazer a reforma agrária. Agora, com a crise do capitalismo, não podemos perder essa oportunidade histórica. É ainda mais urgente a realização da reforma agrária para a garantia de soberania alimentar e geração de empregos", declarou Izabel Grein.
Izabel Grein, da Coordenação Nacional do MST
Segundo ela, está estabelecida uma disputa entre dois modelos de agricultura: de um lado o agronegócio e do outro a agricultura camponesa. E o governo se posiciona em favor do agronegócio e argumenta que a reforma agrária é muito cara. "O governo não investe na agricultura camponesa, mas dá milhões para o agronegócio. Se tem dinheiro para salvar os bancos, para salvar as grandes empresas, para salvar o agronegócio, por que não tem dinheiro para a agricultura camponesa e a reforma agrária?"
Além dos assentamentos, os movimentos pedem que haja um investimento na construção de casas, escolas e da indústria agrária nesses locais para ajudar o desenvolvimento das famílias.
Veja abaixo os principais eventos do Acampamento pela Reforma Agrária
Programação
10 de agosto
19h - Abertura política do acampamento
14 de agosto
Marcha contra a crise com a CUT e Centrais Sindicais na Esplanada
Debate sobre as conseqüências da crise para a população
19 de agosto
O MST se mobiliza junto com representantes de sindicatos dos petroleiros para realizar uma passeata em favor da Petrobrás e do petróleo nacional.
20 de agosto
14 h – Assembleia de encerramento do acampamento e avaliação da luta
Gestão Atitude Crítica para Avançar na Luta - 2008-2011
Comissão de Comunicação
Bruno Costa e Silva - Assessor de Comunicação/CFESS
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