Começa o Seminário Nacional Serviço Social e a Luta Anticapacitista
Data de publicação: 5 de abril de 2025
Fotos: Rafael Werkema
Créditos: Diogo Adjuto
Marco histórico no Serviço Social: teve início a primeira edição do Seminário Nacional Serviço Social e a Luta Anticapacitista, realizado pelo CFESS e pelo CRESS-PE em Recife (PE) nesta sexta-feira e sábado, 4 e 5 de abril. O evento reúne profissionais de todo o Brasil na capital pernambucana e tem transmissão ao vivo pelo canal do CFESS no YouTube e pelo canal do CRESS-PE (neste com audiodescrição).
O seminário tem, como mestres de cerimônia, as assistentes sociais Daiane Mantoanelli, que é uma pessoa de baixa visão, e Rebecca Castro, que é uma pessoa autista. Elas destacaram a importância do evento para debater como as desigualdades sociais se articulam para a invisibilidade das pessoas com deficiência. Também ressaltaram os recursos oferecidos pelo evento, como sala de redução de ruídos, audiodescrição, apoiadores de pés, dentre outros.
A mesa de abertura foi composta pelo CFESS, CRESS-PE, Abepss, Coletivo Serviço Social Anticapacitista e Enesso. A vice-presidenta do CFESS, Marciângela Gonçalves, ressaltou que o evento se inscreve no compromisso do Conjunto CFESS-CRESS com a luta anticapacitista, em especial no último triênio. A mediação foi realizada pelas assistentes sociais Eliane Wanderley, que tem deficiência visual e integra o Comitê Anticapacitista do CFESS, e a conselheira do CRESS-PE Élida Nascimento.
“Este evento foi pensado e construído coletivamente para que possamos não só debater sobre o trabalho profissional, mas aprender e refletir sobre como podemos avançar na luta anticapacitista”, enfatizou Marciângela.
A filmagem do primeiro dia de atividades do evento está inteiramente disponível no canal do CFESS no YouTube (cfessvideos) - Acesse aqui
A mesa de debate 1 trouxe o tema “Capacitismo, capitalismo e os desafios para o Serviço Social”, com a assistente social do Rio de Janeiro Lúcia Paiva, que é pessoa autista, e o assistente social do Ceará Estênio Azevedo, que é filho e pai de pessoa com deficiência. “O debate aqui hoje tem um ponto marcante: estão aqui os sujeitos reais, ativos e aptos a fazerem sua história, a história das pessoas com deficiência no Serviço Social brasileiro”, celebrou Estênio na mesa.
A mesa teve como pauta aprofundar o debate sobre o capacitismo como opressão e as construções sócio-históricas e econômicas; debater sobre o enfrentamento das opressões e as implicações e desafios para o Serviço Social e a atuação profissional de assistentes sociais.
Para Lúcia Paiva, a sociedade e o mercado de trabalho se incomodam com os corpos diferentes, os corpos com deficiência. “No Serviço Social, é preciso apreendermos a ideia de que a acessibilidade desempenha um papel estrutural, pois é um direito inalienável, que deve ser garantido a todas as pessoas, independentemente das circunstâncias”, afirmou a assistente social.
O seminário prosseguiu com uma apresentação do grupo Frevo sobre Rodas, que trouxe um grupo de mulheres bailarinas que usam cadeiras de rodas. Além de músicas típicas regionais, o grupo promoveu uma grande ciranda com o público presente.
Série “assistente social no combate ao preconceito” tem novo caderno
O primeiro dia do seminário trouxe mais um momento de emoção: o lançamento do caderno 9 da série “assistente social no combate ao preconceito”, que trata sobre o capacitismo. A autoria é da assistente social autista Camila Jasmim, que participou da divulgação.
“Falar sobre capacitismo é tratar de um termo que dá visibilidade ao debate, trazendo um conceito-chave para entender uma opressão que é estrutural em nossa sociedade. Não existe assistente social que não trabalhe com pessoas com deficiência”, analisou Camila. O novo caderno traz sugestões de filmes sobre o assunto e uma linguagem objetiva e dinâmica.
A conselheira do CFESS Alana Rodrigues, que coordena o Comitê Anticapacitista do CFESS, participou do lançamento e enfatizou a importância do momento histórico do seminário. “Hoje a gente lança um caderno que contribui para o aprofundamento do debate sobre capacitismo, escrito por quem sofre esse preconceito: uma pessoa com deficiência. Queremos dar visibilidade ao debate, mas principalmente às estratégias de como ser anticapacitista”, completou.
Alana também divulgou o novo folder "Audiodescrição e Serviço Social", com orientações para assistentes sociais sobre o assunto. Os materiais estão disponíveis para download. Clique aqui para acessar o folder!
O evento continua durante todo este sábado, com mais atividade cultural e duas mesas de debates. Vale lembrar que, no último dia de evento, também haverá transmissão on-line nos canais do YouTube do CFESS (com libras) e do CRESS-PE (com audiodescrição).
Acesse aqui as fotos do primeiro dia de seminário
Veja o site oficial do evento