MOBILIZAÇÃO GLOBAL CONTRA O CAPITALISMO
Data de publicação: 30 de março de 2009
"Trabalhadores e trabalhadoras não pagarão pela crise!". Esse foi o recado deixado pela manifestação que levou diversos movimentos sociais, centrais sindicais, MST, MTST, mulheres e estudantes às ruas da capital paulista neste dia 30 de março.
Milhares de pessoas exigiam direitos trabalhistas e sociais, pediam o fim das demissões, redução da jornada de trabalho e reforma agrária. O grupo passou pela FIESP e pelo Banco Central, chegando à Bolsa de Valores. A unidade de luta dos movimentos sociais mostra o descontentamento com o socorro que sempre atende às grandes empresas, mas não o trabalhador comum.
O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) organizou quatro ações simultâneas no Estado. A reivindicação é por maior agilidade nas construções e nos planos de habitação, participação no novo plano de habitação do Governo Federal e o fim dos despejos, e apoio à construção de moradia popular pelas prefeituras municipais.
As manifestações fazem parte da Semana de Mobilização Global contra a Guerra e o Capitalismo, e foi planejada pela Assembléia dos Movimentos Sociais, durante o último Fórum Social Mundial em Belém.
Agenda de mobilizações
As ações começaram no dia 28 de março e vão até 4 de abril. Outras cidades brasileiras aderiram ao movimento. Diversos países também organizaram mobilizações. No dia 28 começaram protestos contra a reunião do G-20, que acontecerá em Londres no dia 2 de abril.
O dia 30 foi de mobilização contra a guerra e a crise, e de solidariedade ao povo palestino. Durante o 4 de abril, haverá atividades em protesto aos 60 anos da Organização do Tratado do Atlântico Norte.
A OTAN é uma aliança de cooperação militar composta por países da Europa e pelos Estados Unidos. Os integrantes vão se reunir nos dias 3 e 4 de abril na Alemanha, e em Estrasburgo, na França. Em Londres e Estrasburgo já há diversas ações de rua, como passeatas, panfletagens e bicicletadas.
Londres recebe capitalistas
O G-20 é composto por representantes dos bancos centrais e governos de 20 países que representam dois terços da população mundial e mais de 90% do produto mundial bruto, além do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Durante as primeiras manifestações na capital inglesa, cerca de 40 mil pessoas (mais de 150 organizações sociais) pediam que os líderes dos 20 países desenvolvidos e em desenvolvimento priorizem as preocupações do cidadão comum ao discutir as saídas para a crise global, promovendo a criação de empregos e a melhor distribuição de riqueza: a marcha foi batizada de "Put People First" (Coloquem as Pessoas em Primeiro Lugar, em tradução livre).
O G-20 debaterá uma forma de salvar o capitalismo. Não vão discutir o combate à pobreza no mundo, ou a morte por inanição de 35 mil crianças por dia. É um encontro para discutir o sistema financeiro e como garantir que esse sistema funcione da mesma maneira.
As manifestações organizadas pela Assembléia dos Movimentos Sociais são respostas "às falsas soluções apresentadas por empresas, bancos e governos para sair da crise, como as demissões, a privatização de serviços públicos, recursos naturais e energéticos, que apenas socializam as perdas".
Segundo os movimentos, para enfrentar as crises atuais (alimentar, financeira, econômica, climática, energética, migratória), é necessário ir à raiz dos problemas e construir uma alternativa ao sistema capitalista e à dominação patriarcal.
Veja abaixo as medidas exigidas pelos movimentos
* A nacionalização dos bancos sem indenizações e sob controle social
* Redução da jornada de trabalho sem redução do salário
* Medidas para garantir a soberania alimentar e energética
* Colocar um fim às guerras, a retirada as tropas de ocupação e o desmantelamento de bases militares estrangeiras
* Reconhecer a soberania e a autonomia dos povos, garantindo o direito à autodeterminação
* Garantir o direito à terra, território, trabalho, educação e saúde para todas e todos
* Democratização dos meios de comunicação e de conhecimento
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Bruno Costa e Silva - Assessor de Comunicação/CFESS