CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO
Data de publicação: 26 de março de 2009
Depois de um processo de seleção concorrido, em que 900 currículos foram avaliados, os(as) 33 tutores(as) que vão participar do Curso de Especialização à Distância promovido pelas entidades CFESS, ABEPSS e CEAD/UnB, chegaram a Brasília para uma capacitação.
Durante os dias 23 e 24 de março, além de esclarecer dúvidas, o grupo pôde debater o próprio significado do curso, sua concepção, direção política e a relação com a estratégia de consolidação do Projeto Ético Político.
Também foram treinados para o uso do sistema moodle, ferramenta utilizada pela UnB para Educação a Distância, que permite uma grande agilidade na troca de informações entre tutores, entidades e alunos.
Boa integração e muita responsabilidade
A presidente do CFESS Ivanete Boschetti disse que já no primeiro dia o encontro superou as expectativas: "Todos os tutores são muito participativos, com boa qualificação e receberam muito bem a proposta do curso."
A capacitação possibilita a organização das atividades presenciais, e uma orientação apropriada a ser repassada aos alunos. "É uma forma de colocar o curso na vida das pessoas e colocar as pessoas dentro do curso", sintetizou Ivanete.
Os tutores se mostraram surpresos com a dimensão e também com a organização do curso; e muito conscientes da grande responsabilidade que têm pela frente. A professora de Serviço Social da Universidade Estadual do Ceará (UECE), Edinari Moreira de Souza, disse que "é uma grande oportunidade de difundir o Projeto Ético Político por todo o Brasil".
Ana Paula Mauriel, da Universidade Federal Fluminense (UFF), destacou que as disciplinas possuem textos com grande densidade teórica. "Além disso, o clima de integração é muito bom, o que é importante, já que precisaremos de um diálogo permanente entre os tutores, para que não haja discrepância de orientação entre os Estados."
Priscila Cardoso, das Faculdades Metropolitanas Unidas de São Paulo (FMU), entende as disciplinas como uma síntese de tudo o que tem sido acumulado nesses 20 anos. "Mas agora oferecendo uma discussão mais madura, e trazendo as questões de forma concreta para o cotidiano dos assistentes sociais."
Educação à Distância
CFESS e ABEPSS já se posicionaram contrários ao ensino à distância no âmbito da graduação, do mestrado e do doutorado. Nesses três momentos, a vivência acadêmica é indispensável para uma formação de qualidade; diferente da Especialização, que se caracteriza como um aprimoramento, uma complementação.
Ivanete Boschetti destacou os principais argumentos sobre o tema. O curso de graduação, por exemplo, é a base da formação profissional, período em que é indispensável a vivência da universidade.
Trata-se de uma formação acadêmica e política que vai além do conteúdo. Algo que o curso à distância não possibilita. "Não se aprende apenas na sala de aula, mas vivendo a universidade, o movimento estudantil", alertou Ivanete.
Os cursos à distância também não possibilitam a relação entre ensino, pesquisa e extensão, necessária para uma formação de totalidade; ou mesmo a inserção do aluno em atividades de pesquisa, "uma dimensão de grande importância, já que é estruturante da formação em serviço social", completou.
As instituições de educação à distância vêm encontrando dificuldades em garantir a prática do estágio. Principalmente em cumprir a exigência do contato permanente entre o Supervisor Acadêmico e o Supervisor de Campo, prevista nas Diretrizes Curriculares e também na Resolução CFESS 533 (sobre Regulamentação Direta de Estágio).
Já o Mestrado e o Doutorado requerem uma pesquisa ativa, "não apenas um trabalho individual, mas a vivência da pesquisa no ambiente acadêmico. Pois são processos de formação para o exercício da docência: viver a universidade com outros alunos e docentes é fundamental para a formação," explicou Ivanete.
A Especialização, por sua vez, não é voltada ao exercício da docência, mas complementa a qualificação profissional; é de aprimoramento, embora estimule a pesquisa e o debate, e, no caso desta especialização, tenha a previsão de três atividades presenciais, previstas na legislação do MEC.
O primeiro encontro presencial com os alunos já foi confirmado. Vai acontecer no dia 4 de abril, e será a aula inaugural do curso. Cada tutor vai definir o horário da aula em seu Estado e o CEAD repassará a informação para os alunos.
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Bruno Costa e Silva - Assessor de Comunicação/CFESS