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Marcha nacional contra homofobia reúne milhares em Brasília
Data de publicação: 22 de maio de 2010
Uma Marcha colorida pelos direitos LGBT (Fotos: Rafael Werkema)
"Fora homofobia, homofobia fora, fora homofobia que já chegou a sua hora"! Foi com este e outros gritos que milhares de pessoas coloriram a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, na 1ª Marcha Nacional contra a Homofobia.
A manifestação aconteceu no dia 19 de maio de 2010 e foi um marco histórico para o Movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT). "Foi a primeira vez que o conjunto da Militância LGBT e parte da sociedade estiveram numa grande manifestação política, em nível nacional, para denunciar os descasos frente à população LGBT e pressionar o governo a aprovar os projetos de lei que possam garantir nossos direitos" ressaltou o coordenador geral da Marcha, Carlos Magno. "Infelizmente a nossa Constituição não consegue, minimamente, garantir a nossa cidadania", completou.
A Marcha, além de bonita, estava inflamada. Representantes de todas as regiões do Brasil foram às ruas da capital do país para defender seu posicionamento firme pela liberdade, pela livre orientação e expressão sexual e identidade de gênero, pela aprovação do PLC 122/2006, que criminaliza a homofobia.
A concentração para Marcha aconteceu em frente à Catedral Metropolitana de Brasília. Caravanas de diversos estados, lotadas, desembarcaram no local. Milhares de brasilienses se incorporaram à mobilização. E lideranças de movimentos sociais, centrais sindicais e diversas instituições completaram a Marcha, que desceu a Esplanada até o Congresso Nacional. Em frente ao Congresso, foram colocadas 198 cruzes simbolizando o número de LGBT assassinados/as em 2009, segundo levantamento do Grupo Gay da Bahia
"Nossa luta contra discriminações e preconceitos é uma luta pelo aprofundamento do sentido democrático em nossa sociedade, onde as diferenças não excluam o ser humano e não lhes neguem sua própria humanidade", destacou Magno.
De acordo com dados do Grupo Gay da Bahia, a cada dois dias no Brasil morre uma pessoa LGBT em decorrência da sua orientação sexual ou identidade de gênero.
A ABGLT divulgou um documento durante a Marcha denunciando o descaso do governo em relação ao público LGBT, como: "o Congresso Brasileiro não aprovou nenhuma lei que garanta a igualdade de direitos entre cidadãos/ãs heterossexuais e homossexuais; o Executivo Federal não implementa na sua totalidade o Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos LGBT; os orçamentos da União, estados e municípios pouco contemplam recursos para ações e políticas públicas LGBT".
As principais demandas de LGBT foram o tempo todo ressaltadas durante a mobilização: garantia do Estado Laico e combate ao Fundamentalismo Religioso; no Executivo: Cumprimento do Plano Nacional LGBT na sua totalidade; no Legislativo: aprovação imediata do PLC 122/2006; no Judiciário: decisão Favorável sobre União Estável entre casais homoafetivos, bem como a mudança de nome de pessoas transexuais.
CFESS esteve presente
Com a faixa "assistentes sociais na luta contra a homofobia" o CFESS, representando toda a categoria, também marcou presença no evento.
A conselheira do CFESS Kátia Madeira, que participou da Marcha, destacou a importância da participação da categoria na mobilização. "Foi um espaço político importante de fortalecimento e visibilidade das lutas dos movimentos LGBT. A Marcha exigiu das autoridades que perpassaram no palanque um posicionamento político pela garantia dos direitos da população LBGT, do respeito e valorização da diversidade humana. Nossa participação foi no sentido de defender e reafirmar o posicionamento político na defesa do PLC 122/2006, do Estado laico e da garantia dos direitos destes sujeitos políticos na direção da superação de todas as formas de opressão, de violência e preconceitos", afirmou Kátia.
Desde 2006, quando o Conjunto CFESS-CRESS lançou a campanha pela liberdade de orientação e expressão sexual, em parceria com as entidades políticas LGBT, e publicou a Resolução 489/2006, "que estabelece normas vedando condutas discriminatórias ou preconceituosas, por orientação e expressão sexual por pessoas do mesmo sexo, no exercício profissional do assistente social", o CFESS tem acompanhado às demandas desses sujeitos coletivos e apoiado ações que contribuam para superar preconceitos e violações de direitos. E a marcha é uma dessas ações.
Confira algumas imagens
O CFESS marcou presença na Marcha Nacional contra a Homofobia
Marcha começou na Esplanada dos Ministérios e terminou
em frente ao Congresso Nacional
Bandeiras coloriram Brasilía
Diversidade foi a marca da Marcha
Travestis e transexuais também fizeram seu protesto
Cruzes foram espalhadas pelo gramado de frente ao Congresso,
representando as 198 pessoas LGBT mortas em 2009, segundo
Grupo Gay da Bahia
Casal simboliza a liberdade de orientação sexual
A Caminho do Congresso: avenida foi parcialmente interdidata
em decorrência da Marcha
Cartaz contra a homofobia em frente à
Catedral de Brasília, ponto turístico da cidade
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Confira o CFESS Manifesta elaborado para Conferência Nacional LGBT e relembre a campanha pela livre orientação e expressão sexual "O amor fala todas as línguas – Assistentes sociais na luta contra o preconceito."
Conheça o Manual de Comunicação LGBT, adotado pelo CFESS
Participe da campanha pela aprovação do PLC 122/2006, articulada pelo site www.naohomofobia.com.br . Você pode contribuir telefonando para o Alô Senado (0800 61 22 11) e pedindo pela aprovação do projeto aos/as senadores/as.
Conselho Federal de Serviço Social – CFESS
Gestão Atitude Crítica para Avançar na Luta – 2008/2011
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