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NOTA PÚBLICA


Data de publicação: 6 de julho de 2007

O CONGRESSO  BRASILEIRO NÃO RESPONDE AOS CLAMORES  DA SOCIEDADE

Desde 2005, organizações, redes, fóruns e movimentos da sociedade civil vêm construindo a Plataforma dos movimentos sociais pela Reforma do Sistema Político do Brasil, alicerçada em cinco eixos: fortalecimento da democracia direta e da  democracia participativa, aperfeiçoamento da democracia representativa, democratização da comunicação e da  informação  e  democratização e  transparência do Poder Judiciário.

Desde o inicio entendemos que a chamada reforma política não podia ficar restrita a reforma do sistema eleitoral e que a sociedade  civil  tinha o direito e dever de participar ativamente dos  debates.

Entendemos que precisamos  democratizar o Estado, o que inclui o projeto da reforma política.Por isso a  plataforma percorreu todo país em uma série de debates gerando contribuições que deveriam ser levadas em conta numa real proposta de mudança do sistema político do país.

Reconhecendo a legitimidade do processo parlamentar de discussão, acompanhamos, com apreensão, as recentes discussões em torno da proposta que tramita no Congresso e as votações do  dia 27 de junho, com muita decepção assistimos ao desfecho da negociação entre parlamentares e da votação que rejeitou as listas preordenadas nas eleições.  Em função de interesses pessoais, a votação até agora mostrou que esse Congresso  não quer ousar na radicalização da democracia desse país.

Reconhecemos que o debate sobre os quatro pontos que estavam em pauta (fidelidade partidária, lista fechada, financiamento público de campanha e fim das coligações para eleições proporcionais) é necessário, mas afirmamos que ele é insuficiente e está muito aquém do que podemos chamar de reforma política, posto que reduz a reforma ao sistema político-eleitoral.

O que já era insuficiente (pois desconhecia a democracia em suas outras vertentes – direta e participativa – e o debate sobre o judiciário e as comunicações) transformou-se num ajuste casuístico de interesses com vistas às próximas eleições. O resultado da votação, portanto, desfigura ainda mais o que está sendo chamado de reforma política e não pode mais sequer ser nomeado de reforma eleitoral. Se antes, mesmo com a reforma mínima, havia alguma possibilidade de alteração de regras do sistema político brasileiro, agora estas chances estão ainda mais reduzidas.

Diante deste quadro, é inaceitável e ilegítimo que o processo em debate no Congresso Nacional siga sendo chamado de reforma política e que se discuta, após a rejeição das listas preordenadas outros pontos que estão necessariamente vinculados a este, como o financiamento público de campanhas.

Reforçando a nossa posição em relação a este processo, reafirmamos também a reivindicação para que seja instalada imediatamente no Congresso Nacional  uma comissão especial sobre a reforma do sistema político. Por sistema político entendemos as diferentes formas de se exercer o  poder, em nome de quem se  exerce o poder, que mecanismos se tem para  exercer e  controlar o poder e principalmente quem  tem o poder de exercer o poder.

É mais do que urgente que o Congresso Nacional responda aos clamores da sociedade, pois corremos o risco de um  descrédito total da democracia  representativa a medida que parlamentares votam de acordo com os  seus interesses eleitoreiros  e não de acordo com o que é melhor para o Brasil.

Assinam esta nota:

Articulação de Mulheres Brasileiras - AMB
Articulação de Mulheres Negras Brasileiras - AMNB
Associação Brasileira de ONGs - ABONG
Associação Juizes para a Democracia
Ação  Educativa
Campanha Nacional pelo Direito à Educação
Comissão  Brasileira Justiça e Paz
Comitê da Escola de Governo de São Paulo da Campanha em Defesa da República e da Democracia
Cáritas Brasileira
Centro Brasileiro de  estudos em saúde – CEBES
Conselho de Leigos da Arquidiocese de São Paulo
Conselho Latino Americano de Educação - CEAAL
Conselho Nacional do Laicato do Brasil - Regional Sul 1 (São Paulo)
Conselho Nacional do Laicato do Brasil - CNLB
Consulta Popular Santa Catarina
FASE -  Solidariedade e Educação
Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil – FEAB
Fórum da Amazônia Ocidental - FAOC
Fórum da Amazônia Oriental - FAOR
Fórum Brasil do Orçamento - FBO
Fórum de Entidades Nacionais de Direitos Humanos - FENDH
Fórum Mineiro pela Reforma Política Ampla, Democrática e Participativa
Fórum Nacional de Participação Popular – FNPP
Fórum Nacional da Reforma Urbana - FNRU
Inter-redes Direitos e Política
Intervozes
Instituto de  Estudos Socioeconômicos – INESC
Instituto São Paulo de Cidadania de Política
Iser Assessoria
Marcha Mundial das Mulheres
Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral - MCCE
Movimento Nacional de Direitos Humanos - MNDH
Movimento Pró-reforma Política com Participação Popular
Movimento dos Trabalhadores rurais sem terra – MST
Nova Pesquisa
Observatório da Cidadania
Processo de Diálogo e Articulação de Agências Ecumênicas e Organizações  Brasileiras - PAD
Rede Brasil Sobre Instituições Financeiras Multilaterais
Rede Feminista de Saúde
Sempreviva Organização Feminista - SOF
Serviço Pastoral dos Migrantes
Sindicato dos Professores do Rio de Janeiro
 
Contatos:
Aldalice – 91 9994 4974
Eliana Magalhães – 61 3212 0200
Guacira Cezar de Oliveira – 61 3224 1791
Jose Antonio Moroni – 61 9965 8560
Luciano Santos – 11 9935-6444
Silvia Camurça – 81 3445 2086


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