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DEPOIS DO FÓRUM SOCIAL MUNDIAL


Data de publicação: 6 de fevereiro de 2009

Mais contundente do que a própria assembleia das assembleias, que aconteceu no último dia do FSM 2009, a assembleia geral dos movimentos sociais foi realizada dois dias antes (na sexta-feira, 30 de janeiro) e suas decisões estão promovendo uma mobilização crescente para as ações políticas dos próximos meses.

 

Foram definidos focos de ação e as lutas internacionais foram unificadas. Entre as prioridades, estão um novo paradigma produtivo baseado na sustentabilidade do uso dos recursos naturais, a inclusão dos direitos econômicos, sociais e culturais em todas as agendas reivindicatórias em nível multilateral, a redução da jornada de trabalho sem redução salarial, o direito aos territórios para as comunidades indígenas e tradicionais, e um investimento massivo no trabalho de formação política das bases sociais.

 

Protestos contra o capital e a guerra

Além das datas tradicionais como os dias internacionais da mulher e dos trabalhadores rurais, e das reuniões da cúpula do G8, em julho, da Cúpula das Américas, em abril, e do Clima, em dezembro, haverá um chamamento mundial para protestos contra o capital e a guerra entre os dias 28 de março e 4 de abril. Neste período será criada uma nova articulação de países ricos que, além dos oito do G8, incluirão as demais 12 nações mais ricas do mundo.

 

Outro evento que deve gerar grandes protestos será a comemoração dos 60 anos da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), no dia 4 de abril, na França. Será uma campanha global pelo fim da Organização. Os movimentos tentarão reeditar os grandes protestos de rua que antecederam a invasão norte-americana do Iraque em 2003. 

 

Entre as propostas constam ainda uma reforma radical da Organização das Nações Unidas, a dissolução de instituições multilaterais como o FMI e o Banco mundial, o desmantelamento dos paraísos fiscais e o fim do dólar como moeda de referência das reservas mundiais.

 

Por último, o dia 30 de março deverá ser uma data unificada de ações de apoio à Palestina e contra os crimes de guerra cometidos por Israel nesta última ofensiva contra Gaza. O movimento de solidariedade ao povo palestino reforçou o apelo pela ampliação das campanhas de boicote aos produtos e empresas israelenses, aos acordos de livre comércio e tratamentos preferenciais com Israel e pressões para que o país seja processado por crimes de guerra e contra a humanidade em tribunais internacionais.

 

Crise deve ser paga pelos ricos

A articulação contra guerra, que reuniu principalmente organizações da América Latina e da Europa, fez uma avaliação crítica da crise global do capitalismo e seus aspectos econômico, alimentar, climático, energético e político. De acordo com os movimentos, as soluções à crise apontadas até agora pelos governos buscam apenas socializar os prejuízos e transferir os recursos da periferia para o centro do poder econômico. Mas a exigência é para que os prejuízos da crise sejam assumidos pelos ricos e patrões.

 

Woodstock em Belém

Desde sua marcha de abertura, no dia 27 de janeiro, foi possível perceber que essa nona edição do Fórum Social Mundial seria mais festiva e menos contundente em seu teor político do que as edições passadas.

 

Muitas palavras de ordem foram substituídas por música. Alguns protestos deram lugar a fantasias criativas e exibicionismo. Eram aproximadamente 150 mil pessoas. Um acampamento da juventude tão cheio que transbordou os limites reservados na UFRA e se espalhou por diversas partes do campus.

 

No trajeto entre a UFPA e a UFRA, abraços grátis eram oferecidos por jovens religiosos. O sexo era disseminado como fonte de renda para a preservação da Amazônia, por um casal sem roupa que pousava para fotos em troca de dinheiro, com uma faixa que dizia "Fuck for Forest". A marcha da maconha foi tão liberal que muita gente se sentiu à vontade para fumar na frente dos policiais.

 

Embora o clima de paz e amor tenha sido explorado por setores da imprensa com a intenção de esvaziar a seriedade do FSM 2009, há quem defenda que Belém foi palco de um Woodstock politizado.

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Bruno Costa e Silva - Assessor de Comunicação/CFESS

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